“Lembre-se de si mesmo sempre e em toda parte”, já dizia o filósofo armênio Gurdjief, um dos mestres do Eneagrama – sistema de autoconhecimento profundo.
Fora de um contexto esta frase pode soar como um convite ao egoísmo, mas quando o tema é Inteligência Emocional, imediatamente, ela passa a fazer sentido. Nos lembrarmos de nós mesmos sempre e em toda parte, significa estarmos o maior tempo possível conscientes da nossa existência e de como nossas atitudes, comportamentos e pensamentos podem impactar nossas próprias vidas e a vida dos demais.
Para Daniel Goleman, psicólogo e escritor do best seller Inteligência Emocional, a autoconsciência é uma das 5 habilidades fundamentais para o desenvolvimento da inteligência emocional de qualquer pessoa. Precisamos dela para desenvolvermos a capacidade de identificar nossas emoções e entender como elas funcionam.
Nosso bem-estar emocional depende diretamente da habilidade de identificar, nomear, validar, aceitar, normalizar e investigar nossas emoções, sejam elas prazerosas ou não. Para desenvolver esta capacidade, é necessário, antes de tudo, focar a atenção em si mesmo e investir bastante tempo em autoconhecimento.
Se você tem vontade de melhorar a qualidade dos seus relacionamentos, de aumentar a sua sensação de bem-estar e felicidade e acredita que para isso a sua inteligência emocional precisa ser desenvolvida, ponto para você!
Investir em inteligência emocional, atualmente, é indispensável para a manutenção de uma boa saúde mental. Aprender a gerir as próprias emoções e a identificar os sentimentos das pessoas a nossa volta, nos traz uma sensação libertadora. Ficamos livres para escolher como iremos lidar com cada situação que a vida nos apresenta a cada instante.
De antemão já te digo, dá trabalho, mas é totalmente possível e extremamente recompensador. Em primeiro lugar, é importante entender onde está situada e o que é a inteligência emocional, que muitas vezes é tratada como uma habilidade quase que divina e inalcançável para aqueles que não nasceram premiados.
Isso não é verdade!
Claro que algumas pessoas têm uma habilidade maior e inata para manejar as próprias emoções e contornar situações de estresse, assim como algumas têm um raciocínio lógico bastante veloz e evidente. No entanto, isso não significa que as habilidades que fazem parte do que chamamos de Centro de Inteligência Emocional, não possam ser individualmente desenvolvidas, para que este centro alcance um potencial cada vez maior e, consequentemente, um funcionamento cada vez melhor.
Veja agora como as nossas inteligências estão compartimentadas. Possuímos 4 poderosos centros de inteligência inteiramente interdependentes, mas com funções inteiramente distintas:
Centros de Inteligência
Olhando apensas para o Centro de Inteligência Emocional, encontraremos as 5 habilidades que fazem parte dele.
Não menosprezando nenhuma das habilidades, mas sim priorizando uma delas como forma de orientar e encorajar quem quer se aventurar nesta incrível jornada de desenvolvimento da inteligência emocional, aconselho, inicialmente, um grande investimento de tempo no desenvolvimento da habilidade de autoconsciência.
Se não nos conhecermos muito bem, e isso requer: esforço, vontade, foco, treinamento, disciplina, abdicação, autocompaixão e acima de tudo muita coragem, não teremos a consciência necessária para desenvolver todas as outras habilidades emocionais.
Precisamos entender muito bem como nossas emoções se instalam, quais são seus gatilhos internos e externos e decidir com qual perspectiva iremos encará-las, para na sequência aprendermos como nos autorregular e nos motivar, e, também como desenvolvermos a capacidade de empatia e de dirigir de forma saudável nossos relacionamentos.
Não podemos esquecer que o sofrimento existe e é real. Sentir raiva, medo e tristeza faz parte da condição humana. A diferença está em como lidamos com tudo isso sem perder o senso de esperança, mas também entendendo que a resiliência é indispensável para atravessarmos momentos difíceis.
As pessoas inteligentes emocionalmente têm uma forma própria de lidar com as adversidades da vida.
A autoconsciência é o primeiro passo para o crescimento emocional de qualquer pessoa.
Precisamos estar mindfull, o que significa ter atenção plena ao nosso estado emocional, trabalhando nos momentos de dor, a perspectiva de esperança e resiliência que irá nos ajudar a fazer as escolhas sábias sobre como responder à vida.
Aprender a nomear as nossas emoções e trazê-las para a consciência é imprescindível, já que sob a ótica da ciência, não curamos nada que esteja no inconsciente.
5 passos para que você possa treinar diariamente a sua autoconsciência:
- Quando você for surpreendido por alguma emoção que te cause prazer ou desconforto, causada por gatilhos externos, ou até mesmo internos, despertados por algum pensamento, tente parar, inspirar e expirar por alguns instantes e não reagir no piloto automático. Somente tenha a consciência de que alguma emoção se instalou.
- Em seguida tente nomeá-la, sabendo que basicamente sentimos 6 tipos de emoções e que todas as outras derivam destas principais: raiva, nojo, medo, surpresa, alegria e tristeza.
- Aceite mentalmente a sua emoção, não a negue. Sentir medo ou raiva, por exemplo, faz parte da condição humana. Aceitar a emoção é um ato de autocompaixão.
- Lembre-se da impermanência das emoções, o que você está sentindo agora vai passar, seja alegria ou tristeza.
- Investigue o que causou a emoção. Se ela gerou algum desconforto, por exemplo, tente identificar se foi por um pensamento ou preocupação desnecessária.
Tente seguir esses passos com frequência e aos poucos você notará uma grande mudança em seu comportamento, principalmente, no que diz respeito às reações emocionais.
Conquistar o poder de responder às circunstâncias difíceis da vida, ao invés de reagir, além de lhe trazer um grande equilíbrio mental, lhe ajudará a conseguir controlar situações de estresse em sua vida pessoal e profissional.
Boa sorte!
